Rafael Simões é nascido em Ouro Fino, no dia 29 de novembro de 1964, mas foi registrado em Pouso Alegre. É casado, advogado trabalhista e professor de Direito do Trabalho na FDSM (Faculdade de Direito do Sul de Minas), foi prefeito de Pouso Alegre de 2018 a 2022, quando renunciou para concorrer ao cargo de Deputado Federal, Ele foi eleito pelo União Brasil no dia 2 de outubro com 144.924 votos, destes 2.979 foram obtidos em Ouro Fino. O intermédio para a entrevista foi feito pelo ex-vereador Bruno Zucareli.
Luís Guilherme Burza: Rafael Simões, vou começar falando da sua eleição, o senhor foi prefeito foi foi prefeito e agora concorreu ao cargo de deputado federal, como foi esta mudança?
Rafael Simões: Eu fui pela primeira vez eleito em 2017 prefeito de Pouso Alegre com 70% dos votos e fui reeleito agora em 2020 com 80% dos votos. No dia 27 de Março deste ano eu deixei a prefeitura de Pouso Alegre, renunciei, para ser candidato a deputado federal e fiz isso a convite do então deputado federal Bilac Pinto que não foi para reeleição que entendia da necessidade de que o Sul de Minas continuasse tendo lá na Câmara dos Deputados uma representação legítima, eu aceitei esse desafio, lançamos a nossa candidatura e fomos extremamente felizes, fui o décimo Deputado mais votado em Minas Gerais, com mais de 144 mil votos, quase 145 mil votos e agora na expectativa de tomar posse em 1º de fevereiro de 2023 para fazermos a representação de Minas Gerais lá em Brasília e cuidar das nossas cidades, principalmente aqui no sul de Minas.
E o Sul de Minas ganhou força política nessa eleição e a conquista do seu mandato, faz parte desse fortalecimento…
Eu tive votos em muitas cidades, mas a minha votação expressiva foi no Sul de Minas, eu me apresentei a todos como candidato do Sul de Minas, até porque eu acho que nós temos aí um número de eleitores muito grande na região, poderíamos ter vários outros deputados federais. Mas como o sistema político nosso ele não é regionalizado a gente teve que lutar aí com contra outros candidatos que por aqui vieram buscar voto porque dentro do regime democrático, isso é absolutamente normal, mas todo momento nós nos apresentamos da mesma forma que vamos continuar nos apresentando lá em Brasília como o deputado federal do Sul de Minas.
Rafael o senhor exerceu um cargo executivo municipal e agora vai para o legislativo Federal. Qual é a maior necessidade que você vê para nossa região? Claro que você vai lidar com problemas nacionais lá, mas especificamente para nossa região. o que que você vê de maior necessidade?
Eu vejo que o fato de eu ter sido do executivo de uma cidade porte médio me credencia a levar uma série de discussões para Brasília, principalmente a questão da municipalidade. Eu sou um político municipalista porque eu entendo que as coisas acontecem é nos respectivos município, ninguém vive na sede do governo do estado, ninguém vive na sede do governo central, cada grupo de pessoas vivem nas suas respectivas cidades e as carências são muitas aqui, até porque a arrecadação do município é muito inferior, arrecadação do estado e muito muito inferior a arrecadação do Governo Federal, em que pese impostos surjam em cada um dos seus municípios. Então a dificuldade dos prefeitos é de manter as suas cidades é muito grande, principalmente as cidades menores porque essa cidades vivem quase que exclusivamente o fundo de participação municipal, se eles não tiverem um aporte de um deputado federal para trazer recurso através de emendas, eles não conseguem fazer nada a não ser pagar o servidor público e fazer aquele dia a dia com muita dificuldade, é preciso que a gente reveja isso que os prefeitos não mais precisam ficar com pires na mão, quer no governo do estado, quer é no Governo Federal, para trazer de volta aquilo que pertence ao povo nas suas respectivas cidades. Nós temos muitas carências hoje aqui no Sul de Minas, no entanto, sempre falei isso que o governador Romeu Zema, que o Sul de Minas é a Jóia da Coroam mas está faltando polír esta Joia da Coroa. Nós temos uma posição geográfica privilegiada, estamos muito próximo do maior mercado consumidor que é São Paulo, nós temos que apresentar o nosso Sul de Minas como eu apresentei Pouso Alegre para os empresários, para que eles venham aqui se sediar, trazendo seus negócios para cá. Para que tudo isso aconteça nós precisamos resolver um problema seríssimo que nós temos aqui que chama malha viária e nós sabemos que a MG 290 que é de responsabilidade do estado foi agora licitada, não só ela, como várias outras rodovias, no sentido de recuperação. Isso é importante para permitir que os empresários tenham um olhar de investimento aqui no nosso Sul de Minas. Quem tá as margens da BR 381, a Fernão Dias, tem maior facilidade, tanto é que se nós rodamos de Extrema para cá vamos perceber claramente várias empresas se instalando a margem da 381, mas nós precisamos estender isso para esse braço aqui que vai até Jacutinga. Jacutinga, até que é uma cidade privilegiada, porque já chegou o gás natural mudou a cidade então a gente percebe que quando há um aporte do governo federal, quando há esse apoio as coisas vão acontecendo e nós não podemos deixar aqui nosso Ouro Fino com umas cidades vizinhas aqui é fora desse Progresso. Então é quero dizer a todos aí que serei uma voz do povo de Ouro Fino, minha cidade, lá em Brasília buscando aqui atender os anseios do povo, que nós sabemos, são muitos mas uma das bandeiras que me levou até essa votação expressiva, todo mundo sabe, é a saúde. Lá em Pouso Alegre estamos fazendo um hospital oncológico que vai atender inclusive Ouro Fino, vamos aqui trabalhar para poder atender nossa Santa Casa para que ela continue viva sendo outra a referência do Hospital das Clínicas Samuel Libânio.
Rafael além dessa da sua vida política e dessa questão da saúde que você colocou, duas áreas que são também acredito que caras a você sãpo a área da educação e da Justiça já que o senhor é advogado trabalhista professor de Direito do Trabalho. Há uma demanda dos advogados daqui de Ouro Fino de umposto avançado da Justiça do Trabalho na. Hojem é claro, que tá tudo informatizado, as coisas são feitas online, inclusive as audiências, mas existe alguma possibilidade de, como é deputado federal, atender essa demanda que provavelmente já deve ter sido apresentada ao senhor?
Burza, isso nós vamos ter que avaliar junto ao Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, mas a pandemia nos trouxe essa novidade, essa possibilidade de estarmos fazendo audiência online e não tô vendo aí um retorno a origem, tem conversado com muitos juízes que dizem “ficou muito mais prático fazer audiências virtuais”. Pessoalmente na condição de advogado, não gosto muito desse tipo de audiência, porque parece que que fica tudo muito distante. Mas é certo que nós vamos estar conversando, dentro do que é os anseios dos advogados, mas eu acho que mais importante que isso é nós lutamos para mantermos vivas prerrogativos advogado a importância dos advogados nessa relação aí judiciário e também as partes, porque a cada dia que passa novos legislações estão sendo é feitas, promulgadas no sentido de afastar a necessidade do advogado que consta lá na Constituição Federal que é indispensável a administração da Justiça. Sou advogado aí é mais de 30 anos. Vamos lá brigar para que mantenhamos viva a nossa classe que é a classe dos Advogados que nos dê condição de continuar eh levando justiça para todos.
Fala também da educação, acho que todos temos essa convicção de que só podemos mudar esse país através da Educação, do fortalecimento da nossa educação, desde quando a criança entra na escola até terminar o seu curso superior. Hoje, a gente percebe claramente lá na Faculdade de Direito que as mudanças na regra do FIES estão inviabilizando aí muitos jovens que queriam fazer um curso superior e poder seguir essa caminhada. Porque o FIES mudou as regras, hoje o FIES não é interessante nem pra instituição é Superior de Ensino e nem mesmo para o aluno, até porque ele precisa arrumar fiador e se ele está precisando fiador porque não pode pagar! Então são situações difíceis que teremos que atuar nesse sentido lá em Brasília e também ajudar o governo do estado a fortalecer a educação estadual aí nos ensinos médios e atender aos prefeitos no ensino fundamental que é de responsabilidade dos municípios. Tem muita coisa por fazer, eu digo que agora eu deixo a cadeira a caneta do executivo para trabalhar aí na fiscalização do Governo Federal, na proposta de leis que possam aí melhorar a condição de vida de todos e também buscar recursos para aqueles que tem a caneta na origem, que são os prefeitos para que possam trabalhar e atender as demandas de cada um dos seus municípios.
O senhor foi o candidato a Deputado Federal mais votado em Ouro Fino, sendo que o segundo colocado, o ainda deputado Charles Evangelista, não conseguiu se reeleger, então além de ter sido o mais votado o senhor também foi um candidato apoiado pelo eleitor de Ouro Fino que conseguiu uma cadeira na Câmara Federal . Como que o senhor viu essa receptividade no nosso município?
Com muita alegria, até porque eu nasci em Ouro Fino, minha família é daqui, em que pese eu tenha sido registrado e desde pequeno criado em Pouso Alegre, mas eu tenho um carinho muito especial aqui, tem grandes amigos como você tantos outros que foram meus alunos nessa caminhada, conheci pessoas extremamente maravilhosas como o [ex vereador Antônio Carlos] Francieli que nos ajudou na divulgação do nome, então eu acredito que até pelo trabalho que fizemos em Pouso Alegre que reflete diretamente aqui em Ouro Fino, tivemos essa votação. E dizer que o fato do prefeito não ter me apoiado, não muda nada, muito pelo contrário, a minha responsabilidade, não é com o prefeito, é com o povo de Ouro Fino e nós vamos cumprir com muita galadia essa responsabilidade que me foi conferida que é uma honra ser o deputado majoritário de Ouro Fino.
Rafael, para finalizar essa entrevista, você queria deixar uma uma mensagem a esse povo que você acabou de dizer que tem tanto carinho?
Quero aqui agradecer a todo ouro-finense que depositou a confiança dele no meu nome, dizer que tudo que for possível fazer por Ouro Fino por toda a nossa região será feito. Vamos trabalhar com afinco para atendermos aí as necessidades da nossa região e quero dizer que sempre estarei por aqui para poder conversar com as pessoas escutá-las e levar isso para Brasília. Então acho que essa é a função do político no Legislativo principalmente que é escutar as pessoas para levar as demandas lá para Brasília, para o Presidente da República. Porque para mim é esteja qual esteja eleito lá, a gente vai trabalhar normalmente. O meu apoio foi declarado agora para Bolsonaro, pergunta para mim por que não para o PT. Porque eu tive experiências muito difíceis com o PT em Pouso Alegre, por onde eles passaram eles não tiveram a hombridade fazer um serviço a favor do nosso povo, da mesma forma que aconteceu em relação ao Fernando Pimentel enquanto o governo de minas, que deixou de fazer os repasses constitucionais para todos os municípios de Minas Gerais, isso nos prejudicou imensamente e é por isso que eu não apoio a candidatura do PT presidente.