Funcionários da Santa Casa fazem protesto contra condições financeiras do hospital

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Protesto Santa Casa
Funcionários da Santa Casa Protestam por melhores repasses ao hospital. Imagem - Luis Guilherme Burza
Co-Working em Ouro Fino

A Santa Casa de Ouro Fino fechou simbolicamente nesta terça-feira (19) em adesão a um movimento nacional organizado pela CMB (Confederação das Misericórdias do Brasil) em protesto a grande dificuldade financeira que passam os hospitais filantrópicos do país. A frente da nova portaria da Santa Casa cerca de 30 funcionários entre médicos, enfermeiros, técnicos, administrativo, pessoal da limpeza, manutenção de todos os setores do hospital portavam faixas em protesto contra o baixo repasse aos hospitais, em “luto” pelas Santas Casas e uma pedindo a unificação do Pronto Socorro da Santa Casa com o Pronto Atendimento da Prefeitura.

Funcionários da Santa Casa seguram banners em protesto pelo baixo repasse financeiro ao hospital. Imagem – Luis Guilherme Burza

O provedor da Santa Casa Octávio Miranda Junqueira explicou que a inflação tornou o repasse do governo insuficiente para a manutenção do hospital, “para se ter uma ideia 1994 para cá, houve um reajuste de 93% aproximadamente enquanto isso a inflação segundo INPC variou quase 700%. O que isso significa na prática? Hoje prestamos serviços contratados em uma tabela que o governo paga R$234 mil por mês. Essa tabela é embasada lá em 1994 com reajuste de 93%. Se a gente fosse fazer só a variação da inflação esse valor deveria ser R$ 888 mil. Então há um desequilíbrio econômico nesse contrato onde o hospital deixa de receber quase R$ 8 milhões por ano e aí você vem até a Santa Casa o chão tá estragado, a parede precisa ser pintada, a cama não é tão nova quanto deveria, a gente não consegue ter os profissionais em número suficiente para atender a demanda da população, a gente não consegue fazer todos os investimentos que precisam ser feitos para melhoria da atenção à saúde”.

Octávio Miranda ainda informou que o Governo Federal não cumpriu uma promessa de repasse de 2 bilhões de reais aos hospitais do Brasil para cobertura dos custos nos últimos dois anos. Segundo Octávio Miranda o único auxílio foi a suspensão de metas quantitativas durante a pandemia da Covid 19, mas que esta ajuda acabará agora neste semestre e isso causará mais um impacto nas contas dos hospitais.

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Unificação do Pronto Socorro da Santa Casa com o Pronto Atendimento da Prefeitura.

Outro ponto levantado no protesto é a ideia de se unificar o Pronto Socorro da Santa Casa com o Pronto Atendimento da Prefeitura. Atualmente o Pronto Socorro da Santa Casa funciona na portaria nova, na rua 13 de maio onde ocorreu o protesto de hoje, e o Pronto Atendimento da Prefeitura no interior do estacionamento do hospital, num prédio vermelho. Segundo Octávio Miranda Junqueira a existência de dois locais causa transtorno e revolta aos pacientes, visto que a depender da gravidade do problema o doente deve ser tratado em um ou outro destes setores e a unificação deixaria tudo num só local. O provedor informou que as conversas com o governo municipal no sentido da unificação estão avançando, o que foi confirmado pela diretora municipal de saúde Sheila Faria. Ela informou ainda que tal proposta foi encaminhada para a Gerência Regional de Saúde, que até o momento não se opôs a reunião do Pronto Atendimento e do Pronto Socorro. Para Octávio Miranda tal medida além de melhorar o atendimento para a população também aliviaria bastante os problemas financeiros da Santa Casa de Ouro Fino. “É uma decisão do nosso Prefeito com o apoio da Câmara Municipal que pode fazer a diferença entre deixar a Santa Casa com as portas abertas ou fechar de vez o nosso Hospital” completou Octávio Miranda.

Faixa pedindo a unificação do PS da Santa Casa com o PA da Prefeitura. Imagem – Luis Guilherme Burza

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