O churrasco de Natal e Ano Novo deve ficar ainda mais caro para os mineiros nos próximos dias, de acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE.
Apesar da tendência de alta, o tamanho deste novo reajuste ainda não foi informado pelo setor.
A justificativa para tantas mudanças seria o aumento do preço do gado durante a pandemia de covid-19. Com os valores em alta, os açougues acabaram ficando sem opções.
Só para se ter uma ideia, em outubro deste ano o aumento foi de 22%, segundo dados do IPCA-15, sendo que em novembro houve uma tímida queda, de apenas 0,31%, O que não ocorria há mais de uma ano.
Por causa dos constantes reajustes, os consumidores buscam outras formas para manter o alimento no cardápio.
Na hora de comprar, é necessário colocar na balança o preço do corte escolhido e a quantidade.
Os famosos churrascos viraram uma opção para poucos e, quando realmente acontecem, contam com a carne branca como um dos pratos principais ou com cortes mais baratos de carne bovina.
A carne volta para a mesa em 2022?
Atualmente, alguns fatores ainda pressionam o preço das carnes: como a valorização do dólar frente à depreciação do real, que faz com que o produto brasileiro seja mais vantajoso para o comprador estrangeiro e o aumento da demanda internacional diante da reabertura das economias e do avanço da vacinação.
Um ponto a se considerar é o fato de que a renda real está comprometida, diz o economista Oscar André Frank. “Essa alta generalizada dos preços está corroendo o poder de compra dos salários e isso pode continuar a suscitar nos consumidores a procura por outros tipos de mercadorias que ocupem o lugar da carne”.
Luiza Moreira, 75 anos, é aposentada e diz que teve dificuldade de continuar comprando carne bovina após os diversos aumentos no preço “Fui para outras alternativas, tem cachorro-quente com salsicha toda semana lá em casa agora”. Apesar disso, segundo ela, o custo das carnes tem se estabilizado dentro dos supermercados nos últimos meses “Tenho percebido que não tem mais um aumento muito constante dos preços. Alguns cortes mais baratos tem barateado um pouquinho também”. Ainda assim, para Luiza, a queda não foi o bastante. “Como minha renda não aumentou, continua muito caro. Na hora de pagar é complicado”, desabafou.
O respiro, no entanto, pode não durar muito. Para o assessor da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) Rafael Ribeiro diz que a chegada das festas de final de ano pode elevar o preço da carne novamente. “Com uma maior movimentação agora nas semanas de Natal, o final de mês pode e costuma levar a uma retomada da subida de preços”. Além disso, ele também destaca que o Ano Novo Chinês impulsiona a exportação da carne brasileira, que resulta em aumento no preço do produto no mercado doméstico.
