Ouro-finenses ligados ao futebol comentam morte do Rei Pelé

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Pelé. (Imagem: Reprodução/Instagram
Co-Working em Ouro Fino

Edson Arantes do Nascimento, morreu aos 82 anos às 15h27 desta quinta-feira (29) no hospital Albert Einstein em São Paulo. Assim como em todo Brasil e no mundo, a morte de Pelé repercutiu em Ouro Fino e o Observatório ouviu alguns ouro-finenses sobre o falecimento do Rei do Futebol.

Jairzinho ou Negão

Antônio Amadeu Martins, conhecido por diversos apelidos: Jair, Jairzinho, Negão e Edinho, que durante anos se dedicou a ensinar futebol a gerações meninos de Ouro Fino, comentou a morte de Pelé “para mim é uma grande honra falar deste grande mestre. Eu me lembro quando morava em São Paulo entre 68 e 72, eu ia ao Pacaembu e cheguei a ver o Rei jogar contra o Palmeiras, o Corinthians, contra Portuguesa. Me lembro (das copas) de 1958 e 1970, que ele foi um monstro, uma coisa fantástica. esta é a lembrança que eu tenho. E que Deus receba este grande homem lá no céu”.

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Antônio Amadeu Martins, conhecido como Jair, Jairzinho, Negão e Edinho. (Imagem: Luís Guilherme Burza)

Flamarion

Um ouro-finense chegou a jogar contra Pelé, trata-se do saudoso Flamarion Nunes Tomazolli (27/8/1951 – 27/1/2020), craque do Guarani e do Cruzeiro. No time de Campinas, Flamarion teve a difícil missão de marcar o Rei do Futebol. Ao Observatório de Ouro Fino seu filho mais novo Rodrigo Garcia Nunes contou o que ouvia do pai sobre Edson Arantes do Nascimento “meu pai falava que Pelé era um verdadeiro monstro do futebol. Fora do campo uma pessoa extremamente boa, extremamente carinhosa, que ajudava muitas pessoas e dentro de campo um monstro. Competir com ele era a coisa mais difícil que tinha, pela qualidade técnica, pela qualidade física, pela competitividade. Era um atleta realmente fora de série, totalmente diferenciado. Meu pai falava que adorava jogar contra ele porque quando ele conseguia controlar um pouquinho o Pelé ele já era reconhecido talvez como melhor jogador em campo, ou um dos melhores! Mas  quando o Pelé estava inspirado era praticamente impossível pará-lo. Então, ele falava que o título de Rei do Futebol era realmente merecido porque com toda certeza, era um atleta totalmente diferenciado que praticou o futebol Eu acho que nunca vai ter outro igual.”

Flamarion marcando o Rei Pelé, no início dos anos 1970. (imagem: Arquivo Pessoal)

Evair

A reportagem do Observatório de Ouro Fino tentou contato com o jogador Evair Aparecido Paulino, nascido aqui no município, porém até a publicação desta matéria ele não havia atendido os telefonemas.

Renan Fonseca

Também tentamos uma declaração do jogador Renan Fonseca, mas igualmente até o momento da publicação, ele não havia retornado a mensagem enviada.

Três Corações

Pelé era mineiro, mais que mineiro, era sul-mineiro, de Três Corações, apesar de ter saído muito novo de lá, a cidade carrega até hoje a fama de ser o berço do Rei do Futebol. O ouro-finense Cristiano Cândido Zerbinatti morou na em Três Corações por cinco anos, cursando odontologia na então chamada Incor, hoje UnIncor (Universidade Vale do Rio Verde). A pedido da reportagem do Observatório de Ouro Fino, ele, que também é titular da cadeira 22 da AOLA (Academia Ouro-finense de Letras e Artes), nos enviou um texto sobre como foi morar na Cidade do Rei.

“Há precisamente 26 anos a vida me presenteou com o ingresso na faculdade de Odontologia de Três Corações, uma cidade tipicamente mineira, com aquele sotaque, os temperos, o povo espetacular. Eu me encontrava muito feliz naquela ocasião por iniciar os estudos da profissão que havia escolhido para a vida.  

A rotina foi se formando, mas desde o princípio, percebi que aquela cidade possuía  um ar diferente, algo de especial, além da conta. Este é aquele  momento mágico do deslumbre de humilde estudante de odontologia: eu me deparei com a praça Pelé. Sim, a praça Pelé! com uma estátua de bronze do Rei levantando a taça. 

Três Corações, a Cidade do Rei!

Realmente, Pelé e seu encanto magistral, que conquistou o mundo inteiro, faz parte da cultura tricordiana. A presença mágica dele está viva no cotidiano da população. Fala-se dele , orgulha -se dele. Ele nasceu lá, jogou bola lá, fez amigos por lá. Encantou como sempre!

No Hotel e Cantina Calabresa, existe uma foto enorme do Rei com a cidade ao fundo, ele com aquele sorriso de sempre, como que a dizer: “eu sou daqui”.

Existem muitas histórias do Pelé por lá. Como a da bola de meia que ele e a molecada faziam para jogar futebol. Outra, eu mesmo ouvi de um senhor que foi testemunha ocular, a de que o Dondinho foi tão bom ou até melhor que o filho. Outras sobre a bondade da Mãe do Rei…

O Rei está em três corações, o Rei é de Minas e o orgulho que o povo tricordiano sente, merecidamente, é o mesmo orgulho que cada brasileiro tem. O de ser da pátria do Rei do futebol, aquele que mudou para sempre o esporte, fez a gente pensar que ele pode ser jogado com elegância e beleza, que o encanto desse esporte é incomparável. Ah o tricordiano Édson Arantes, que partiu para Bauru, depois para o mundo! 

Nossa eterna admiração pela sua obra, sua genialidade, simpatia e arte. Obrigado Rei Pelé. Eterno!”

Cristiano Cândido Zerbinatti (Imagem: Arquivo Pessoal)

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