Capela em devoção a N. S. Aparecida reúne centenas de fieis na zona rural de Ouro Fino

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Devotos aguardam o início da missa (imagem: Luís Guilherme Burza)
Co-Working em Ouro Fino

O que começou com uma má notícia culminou numa peregrinação de devotos de Nossa Senhora Aparecida a capela localizada entre Ouro Fino e Jacutinga. Nelson Uliani Júnior, o Juninho, natural de Espírito Santo do Pinhal, mas que tem uma fazenda próxima ao bairro dos Peitudos, teve dois diagnósticos de câncer, um em 2010 e outro em 2018. Sua esposa Sara Perugini de Andrade também foi acometida do mesmo mal. A cura das doenças motivou o casal a construir uma capela em homenagem a Padroeira do Brasil que neste 12 de outubro reuniu mais de mil pessoas numa missa campal.

Neste ano a reportagem do Observatório de Ouro Fino acompanhou a celebração que ocorreu na Fazenda VR, onde reuniram-se centenas de fieis, vindos de diversas cidades como Ouro Fino, Inconfidentes, Jacutinga, Albertina, Monte Sião, Borda da Mata, Bueno Brandão, Pouso Alegre e também de localidades paulistas como Socorro, Mogi Guaçu, Holambra, Hortolândia, Campinas, entre outras.

Os devotos começaram a chegar bem cedo, as 7h30 já era difícil encontrar onde estacionar um automóvel nas proximidades da fazenda, mesmo que a maioria fieis tenham vindo a pé, de bicicleta, a cavalo ou de charrete. A prefeitura de Jacutinga disponibilizou dois ônibus para que os católicos da cidade pudessem assistir a missa. Antes da celebração os presentes foram recebidos um café da manhã que contava com pães, biscoitos, bolachas, bolos, café, refrigerantes, oferecidos pelos donos da fazenda, mas que também teve apoio de doadores, como explicou Juninho.

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Padre Alexandre Acácio Nogueira consagra a Hóstia, o momento mais sagrado da missa. (imagem: Luís Guilherme Burza)

Com todos alimentados, por volta das 8h15, as pessoas começaram a se posicionar para a procissão de entrada. A frente as charretes, seguidas pelos cavaleiros e depois os fieis que vinham a pé, por último a equipe de celebração chefiada pelo padre Alexandre Acácio Nogueira, responsável pela Paróquia de Santo Antônio em Jacutinga, que conduziu a missa campal. Para ele “falar de Maria é falar da grandeza de Deus, porque Maria é aquela que vai interceder, é aquela que coloca os seus filhos em prontidão para ver a grandiosidade do Filho que é Jesus”, e completa “estar aqui hoje é falar da devoção do Juninho e da Sara, por tudo que eles passaram e eles agora rendem graças pelo dom da vida”. Sobre a capela, padre Alexandre destaca que “foi construída pelas graças que Nossa Senhora vos intercedeu e derramou sobre o casal e agora eles fazem esta missa para propagar a fé”.

A Capela

A ideia de construir a capela veio quando Juninho estava se tratando do segundo câncer, em 2018. Ele, que trabalha com rodeios, conta o que, em sua visão, foi algo sobrenatural. “Eu estava fazendo uma festa em Itapeva/MG, e mandei um whatsapp para um de meus colaboradores falando ‘agradece todo mundo aí, porque eu não vou poder estar presente por causa da minha doença’, mas ele não avisou as pessoas, ele transmitiu ao locutor do evento e este locutor leu minha mensagem no microfone, e acabou que minhas palavras viralizaram. Isto acoteceu numa sexta-feira”. Juninho continua a história “no domingo, aqui em Borda da Mata, no bairro do Servo, há mais de 100 km de Itapeva, estava havendo um desfile de carros de boi e houve também sorteios, e entre as prendas havia uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma imagem usada, que estava quebrada. Uma mulher ganhou este prêmio no sorteio, mas o locutor do desfile de carros de boi disse a ela ‘você ganhou esta Santa, mas alguém precisa dela mais que você’”. No dia seguinte, diz Juninho, a mulher soube do que havia ocorrido lá em Itapeva, sentiu que tinha que dar a ele a Virgem Aparecida que tinha ganho. Passou então a procura-lo até que conseguiu entregar-lhe aquela imagem. Nelson Uliani Júnior conta um detalhe que torna a história mais intrigante: nenhum dos organizadores do desfile de carros de boi sabe dizer quem doou aquela prenda para o sorteio “e quem doaria uma imagem quebrada?” pergunta Juninho, que quatro anos depois ainda se espanta com o fato. Para ele tudo foi um milagre, assim como o aparecimento da Santa original no Rio Paraíba do Sul, lá no ano de 1717.

Sofrendo com seu segundo câncer, que já estava com metástase e desacreditado pelos médicos, Juninho viu em toda esta sequência improvável de eventos uma esperança de salvação. Quando foi operado no Hospital do Câncer na cidade de Barretos/SP a fé em Nossa Senhora Aparecida e em Jesus Cristo o acompanharam e ele acabou curado. Depois disso ele construiu a capela que tem a fachada uma enorme replica da Padroeira, de quem diz sempre ter sido fiel, mas que após a cura dos seus dois cânceres e da cura de sua esposa, aumentou sua devoção e que nesta quarta-feira, dia 12 de outubro, atraiu mais de mil pessoas para a missa campal realizada em sua fazenda.

Padre Alexandre, o casal Nelson Uliani Jr. o Juninho, Sara Perugini Andrade e Nelson Uliani, pai de Juninho, no momento da consagração da imagem de N.S. Aparecida. (Imagem: Luís Guilherme Burza)
Procissão de entrada para a missa. (imagem: Luís Guilherme Burza)

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