Por mais que Minas Gerais seja o segundo maior estado do país em número de habitantes, ele está em 11º lugar em número de casos confirmados do novo coronavírus e em 12º lugar em se tratando das mortes por Covid-19. De acordo com especialistas, o que explica este erro é a subnotificação, que é grande no estado. E de acordo com levantamento nacional realizado pelo G1, o estado é o penúltimo (26º) no país em realização de testes para diagnosticar o coronavírus.
A cada 100 mil mineiros com suspeita da doença, apenas 78 passam por testes, de acordo com levantamento feito pelo G1.
Em entrevista coletiva nesta quinta feira (14), o secretário Saúde de MG, Carlos Eduardo Amaral, minimizou a importância da testagem enfatizando que há outras maneiras de monitoramento e que, independente disso, o isolamento social tem de continuar
“Temos outros dados que trazem uma ideia do que está acontecendo na sociedade. É muito importante que todos entendam que testar faz parte da estratégia. (…) O monitoramento é confiável, fazemos há muitos anos, temos dados bem confiáveis. Não há um aumento significativo neste momento. Estamos acumulando casos. Mas nesse momento nós temos estrutura e leitos ainda ociosos. Entendo sim que estamos com uma performance razoável”, afirmou o secretário.
A análise dos testes em Minas Gerais é realizada pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e por laboratórios parceiros. O governo que aumentara a capacidade de análise de testes para 2 mil amostras por dia, através de uma parceria com 19 instituições.
Até a ultima informação divulgada pela Funed, apenas sete estavam habilitadas a realizar os exames, mas disse que o motivo seria o processo criterioso para habilitação, em que os laboratórios devem analisar amostras previamente analisadas pela fundação e encontrar os mesmos resultados.
A capacidade máxima de análises pelo estado não foi atingida porque a Secretária de Saúde faz testes apenas de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave hospitalizados, óbitos suspeitos, profissionais da saúde e da segurança pública sintomáticos e público privado de liberdade.
A metodologia adotada é criticada pelo infectologista Unaí Tubpinambás
“Uma das ferramentas para controlar a epidemia é tester o máximo possível de pessoas. Testagem é importante inclusive para sair do isolamento. Quanto mais testes eu faço, mais rápido eu saio do isolamento. Caso contrário, é como sair no escuro”, afirmou.
Para o infectologista, frente a impossibilidade de testes em massa, o o ideal seria testar ao menos quem apresentou sintomas e quem teve contado com aquele paciente, para que estas pessoas ficassem em um quarentena mais afetiva.
A subnotificação em Minas é pior do que no Brasil, onde a diferença entre os casos oficiais e reais é de pouco mais de 3 vezes, segundo o estudo.